Casino Setubalense - 1942



Inaugurado a 7 de Março de 1908, mas ainda meio inacabado, o Casino Setubalense começou por abrir portas para a rua dos Marmelinhos, actual rua António Maria Eusébio. Até Maio, foram terminadas as pinturas, colocada uma máquina cinematográfica e realizaram-se modificações na plateia, sendo que a entrada passou a realizar-se pela avenida Luísa Todi.
A capacidade da sala oscilava entre os 700 e os 800 lugares e, de acordo com Maria da Conceição Quintas, na “Monografia da Freguesia de S. Julião, “em Julho esta era já a casa mais frequentada da cidade”.
A quantidade e diversidade da programação era uma das características desta casa, por onde passaram orquestras, artistas circenses, concursos de luta greco-romana, espectáculos de hipnotismo e ilusionismo, além claro de um conjunto de filmes, primeiro mudos, e depois falados, já nos anos 30.
Durante toda a sua vida foi tendo diversos arrendatários e modificações que o tornaram mais confortável e moderno. Conta a autora, especialista em história moderna e contemporânea que, em Outubro de 1910 o Casino fechou para pequenas remodelações, tendo sido efectuadas obras no bufete e sala de fumo, repintura e abriram-se três grandes portas para a rua dos marmelinhos.
A sala vai entretanto decaindo e acaba por fechar nos anos 20, só reabrindo em 1933, por iniciativa do União Futebol Comércio e Indústria, que aí realizou bailes bastante concorridos com 1500 a duas mil pessoas por noite. Meses mais tarde retoma a sua actividade cinematográfica, tendo como proprietário José Manuel Barafusa.
Em 1936 o cinema fechou para alguns melhoramentos, mas “nunca foi feita uma profunda remodelação e progressivamente foi ficando velho e desconfortável”, relata Maria da Conceição Quintas.
Nos anos 70, os “Trinitá”, as artes marciais e os filmes pornográficos passaram a ser o prato do dia nesta sala, que acabou por morrer na década seguinte. No passado mais recente, foi identificado um caso de venda fraudulenta do imóvel.

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